domingo, 26 de outubro de 2008

4 horas, 8 minutos e 22 segundos na 5ª Maratona do Porto (445º).



Já está feita.

Foram difíceis os últimos dias. Estive com os dois pés fora da corrida, mas na véspera, um acesso de lucidez, lá me pôs a arranjar o equipamento, as barrinhas de cereais, a água. Lá fui. Tinha 2 ou 3 horas de preparação psicológica, uma noite para dormir e o resto tinha sido feito... treinos de acordo com o planeado.

De manhã correu tudo como estava previsto. Comi cereais com sumo de laranja, na companhia o meu filho que gosta de acordar cedo, avisei o meu companheiro que ia chegar atrasado, mas também tínhamos combinado com uma margem bem jeitosa. Depois, arranquei de casa, fui para o Parque da Cidade e de autocarro para o local da partida. A excitação percebeu-se... a rapaziada cumprimentava-se efusivamente antes da partida, muitos sorrisos, a Aurora Cunha andava por ali a dar força "Força, força... vamos lá"... e pummm... Lá fomos.

Os primeiros 10 Km foram lentos, aproximadamente 56 min. e sentia-me muito forte. À meia maratona estávamos com 1h e 56, novamente, sentia-me mesmo bem. Comecei a acreditar na possibilidade das 4 horas. Aos 30, com cerca de 2h e 50, já me senti a quebrar. O Luís, o meu parceiro, estava mais forte e ele queria ficar comigo, mas disse-lhe para seguir (sentia-me mal a tentar segui-lo a ele e eu queria era encontrar o meu ritmo). Encontrei um bom ritmo e passado um bocado estava com ele bem à vista. Aos 35Km, com cerca de 3h e 18, ainda eram possíveis as 4 horas, mas comecei a ficar sem glicogénio nos músculos das pernas... quebrei muito mesmo. Passei a fazer um ritmo diferente, mais lento, não era capaz de mais. Aos 37Km, com 3h e 30 min., percebi que àquele ritmo ia ultrapassar as 4h. Não houve problema, era importante acabar, fui no ritmo e sempre a correr. Foi maravilhoso o encontro com a minha família aos 40 Km... o meu filho desata a correr na minha direcção, depois seguia-me, é tão tão bom... Recebi essa força e depois foi lentamente até à meta. Ainda voltei a ter o apoio pessoal da Aurora Cunha e de outras pessoas que nos tratavam como "és um campeão", "esta já está", para além das coelhinhas da playboy, francesas, que estavam a acompanhar um grupo que andava mais ou menos ao meu ritmo, fizeram questão de me dar um aplauso final, ... já era um velho conhecido delas. Espectacular mesmo era a forma como os ingleses, franceses e espanhóis nos apoiavam. E é claro que também os portugueses ... Deviam era ser todos assim... este povo corredor fazia isto em êxtase.

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