sábado, 11 de outubro de 2008

Já está feita a Maratona de BTT da Póvoa do Varzim...


Acabei por não parar o cronómetro, mas teriam passado cerca de 5 horas e 50 min. quando cheguei à meta junto à Praça de Touros da Póvoa do Varzim. Agora é preciso ver: - Cheguei ao fim; - Dei um grande tombo aos 50 Km (fiquei com fortes dores na mão direita, o que me dificultou o resto da prova, principalmente, nas descidas); - Foi a primeira vez que fui de BTT, a sério, para o monte - tinha feito dois ou três treinos curtinhos (estou mais treinado na bicicleta de estrada, mas mesmo assim!!!!); - Fiz o meu primeiro single track; - Aprendi a descer "à louco"... isto nos primeiros 50Km. Depois, como caí, passei a ter mais cuidado; - Quase sempre dei o que tinha para dar, mesmo nos últimos 10 Km, com muitas horas em cima; - Fiquei com muita lama entranhada no corpo, coisa que não me lembro de me acontecer desde miúdo; - Segunda-feira (amanhã) vou fazer um treino de 30 Km... para a Maratona do Porto (corrida).

Comecei por ser comedido quanto à posição de partida, mas acabei por perceber que foi uma má colocação. Acabei por ficar muitas vezes parado porque havia povo que não queria subir, não queria descer... e parava-se por tudo e por nada, criavam-se grandes aglomerados de bttistas e "stop" para toda a gente. Também, acho que a rapaziada da meia-maratona estava ali para um passeio e acabei por apanhar com eles. Não é que ache mal... para a próxima eu coloco-me mais à frente para ver se apanho menos com isto. Depois dos percursos separados, comecei a perceber que a posição em que eu ia não correspondia às minhas capacidades físicas. Até parecia que andava bem... Tecnicamente, estava aquém de qualquer um, mas, fisicamente, a subir, ou a rolar, estava sempre a ganhar lugares... foram muitos os lugares que ganhei na segunda metade da maratona. Acredito que tenham sido mais de 100... Já agora, como não estava habituado a isto, procurava ter sempre alguém à minha frente, mesmo que fosse ao longe, para me não perder.
Das poucas vezes em que não tive um parceiro em linha de mira, perdi-me... Não foi muito complicado, cheguei a uma nacional sem marcações nem pessoal da organização e voltei para trás... Nem 5 min. perdi...

Fiquei convencido que sou capaz de fazer uma maratona com este grau de dificuldade em menos de 5 horas.

Outro assunto: é claro que não tenho termo de comparação, mas a organização pareceu-me muito boa... com bons abastecimentos, água, bebidas energéticas em bidons, doces, fruta, barras... Eu levava muitas reservas, mas se levasse apenas um bidon e o Camelback, a organização tratava do resto. Talvez o último abastecimento estivesse muito próximo da meta... cheguei lá sem água.

Uma última palavra para os BTTistas. É um povo excelente... Depois de ter caído, parei para atender o telemóvel porque estavam a insistir muito, não fosse a família. Depois nem atendi (desconhecido). Mas estava um companheiro ali parado que tinha dado um tombo exactamente no mesmo sítio que eu. Tinha mão, braço, perna em mau estado (melhoras para ele), mas avisou-me logo que o iam buscar e se eu precisasse (também ía)... MAs antes da nossa conversa, estava lá um outro parceiro para o ajudar, que entretanto arrancou... É este o espírito... ajuda-se no que se pode... oferece-se o que se tem (pelo menos naquelas posições funcionava assim). Quando caí, estive no chão 2 a 3 minutos, não passou ninguém e depois decidi continuar. Por tudo o que tinha visto, de apoio entre o pessoal, estava convencido que não deixariam de parar para ver se estava tudo bem comigo... felizmente nem foi necessário. Mas não foi só, já na fase final, na última grande dificuldade, eu subia na minha montada quando a maioria do povo a carregava à mão... Só recebi apoios dos colegas BTTistas. Achei bem porreiro e até tinha mais força.

Para o ano, só mesmo se não puder é que não repito esta maratona.

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