domingo, 25 de abril de 2010

Sem espinhas… 5:14h…


Já está.

Foi a minha estreia na distância Half Ironman e não podia ser melhor. Nunca tive tanto prazer numa prova, uma vez que tive tempo para contemplar o Oceanário da perspectiva da água, o rio Tejo à chegada a Lisboa, na bicicleta, e gozar o apoio do público na corrida… A minha mulher até acha que estou a exagerar, mas fiz a prova toda a gerir o esforço, em ritmo de endurance, sem nunca chegar a “sofrer” para dar uma braçada, uma pedalada ou uma passada.

Na perspectiva de chegar ao fim a tentar não passar mal, tinha programado fazer tudo no tempo de 5:30h (40 min. para a natação + 3h para a bicicleta + 1:50h para a corrida, incluindo as transições) … e ganhei tempo em tudo.

Mas isto tem uma explicação simples… antes da prova (mesmo a semana anterior) andei nervoso que até metia dó… PPM altas (antes da prova cheguei a ver o meu Garmin marcar mais de 140…), estava com muito receio… que me fez pensar que só podia ir com CALMA… e assim fiz. Geri, geri, geri… e resultou bem.

Na natação nunca me senti cansado, fui sempre relaxado e até tive o cuidado de tentar ser racional na utilização da técnica (e realmente resulta muito bem). Não forcei nada (o Luís Ferreira, meu companheiro da AASM, disse-me para fazer a natação com muita calma…). Para além disso, optei por me orientar pelos outros atletas, seguindo sempre com um grupo… Só no último 1/5 da prova isso não aconteceu (e aqui terei perdido tempo desnecessariamente, pelo ziguezaguear em que acabei por ir) o que foi, mais uma vez, uma sensação menos boa… No entanto, estava cá fora com menos de 38:50 min., para mim, bom.

A T1 foi demorada… calçar meias, calçar sapatos de encaixe… 3:31min..

A bicicleta foi gerida pelo Garmin, ou melhor, pela monitorização cardíaca. Fui sempre entre as 145 e as 158 PPM, sem “sofrer”, e com o pedalar o mais constante possível. Tinha uma subida acentuada no meio de cada uma das voltas (eram 4 voltas), mas nem aí me esforcei muito. Na descida, aproveitava para descansar… Fui controlando o tempo que fazia a cada 10Km… Estive quase sempre no parcial dos 18 min., excepto por duas vezes, uma vez na casa dos 19 min. e uma outra na dos 17 min.. Quer isto dizer que fui sempre a uma velocidade superior aos 30Km/hora, que significava que faria o segmento de ciclismo abaixo das 3h… Não era permitido “andar na roda”, era tipo Contra Relógio… e assim fui, mas havia muitos grupos… Eu circulei próximo de malta que acabou por se juntar na 3ª volta e, claramente, pelo cansaço, houve gente que se colou (literalmente) à roda de outros e foi rebocado… Mas nós estávamos lá atrás, porque me pareceu que à frente também se fez o mesmo… Acabei este segmento com 2:44:35.

Depois vinha uma Meia-maratona… Se até aqui fui sempre a gerir, teria que fazer o mesmo na Meia-maratona. Assim, mal sai do parque de transição (T2 = 1:38), quando ia a um ritmo inferior a 4:30 por Km, meti travão no ímpeto… Era muito rápido e abrandei logo. Fui calmo, sem querer saber de quem me ultrapassava. Seguia em torno dos 4:45… mas, com o passar dos quilómetros ia abrandando. Não chegava a sentir-me fraquejar, unicamente, deixava-me levar num ritmo confortável. Curti muito, mesmo muito… e apenas no início da 3ª volta pareceu estar a vir qualquer coisa que me “queria mal”… mas abrandei logo (de 5:15 para 5:40). Passou… e recuperei um pouco. Foi assim até ao final. O parcial de corrida foi feito em 1:45:58 (mas ainda faltava pouco menos de 1Km para a Meia-maratona = 20,2Km)…

FINAL= 5:14:34 … e sentia-me tão bem! Nunca acabei uma maratona tão fresco… Já fiz várias Meias-maratonas em que estava em pior estado. Até treinos fiz em que fiquei pior. Tive um prazer do caraças… O que tinha corrido mal no planeamento deste fim-de-semana foi mesmo o facto dos meus familiares se terem ausentado de Lisboa (razões iguais às minhas)… e o meu núcleo familiar não estava ali. Voltei para São Mamede de Infesta porque eles não me saíam do pensamento…


Abraço para o Luís Ferreira pelos conselhos que me foi dado (no final vim-me embora sem me despedir, mas nem sabia que não o ia ver mais)…

Abraço também para os bloggers que reencontrei… o triatlo é muito, muito fixe.

domingo, 18 de abril de 2010

A 8 dias da estreia no Triatlo Longo…

Fiz ontem parte dos cerca de 125 duatletas que disputaram o Campeonato Nacional de Duatlo… A equipa da Associação Académica de São Mamede esteve muito bem representada, provavelmente o clube mais representado, sendo que não sei sequer quantos éramos… muitos, éramos de certeza.

No meu plano de trabalho, este Duatlo era um teste e um dos últimos treinos de intensidade, antes do Longo de Lisboa. A intenção era fazer um primeiro segmento racional, mas que me permitisse entrar num bom grupo para o ciclismo… Tinha pensado em ter o Paulo Neves – CVP como referência (mas que não apareceu à partida… espero que esteja tudo bem…), ou o Miguel Torres que anda a treinar bem forte… Mas entre os meus colegas sabia que havia um ou dois que também poderiam ser boas referências para mim. E optei pelos colegas da AASM. A ideia era andar num ritmo mais calmo na fase inicial, sem cair em entusiasmos que me fizessem exceder no esforço. Assim fiz, fui-me aguentando na 1º volta (eram 4) atrás do Daniel e José Silva (colegas do AASM)… No entanto, também quebrei… não sei se do treino matinal da piscina (foi lento mas foi um treino), acabei por não conseguir fazer o tempo que me é habitual aos 10Km … Poderei estar em quebra, apesar do treino de séries desta semana ter corrido bastante bem. O certo é que lá deixei fugir os meus colegas todos e fiquei de fora de um grupo de ciclismo que ao certo seriam muito bom para mim. Demorei 42:36 a fazer os 9.600mts do primeiro segmento (e desiludido) …

O ciclismo era para mim o segmento em que estaria melhor. Acabei por ficar com duatletas mais lentos que eu no ciclismo, apesar de um par deles se terem destacado na fase inicial e eu ter optado, apenas, por seguir na roda. Depois da primeira volta, lá me fui chegando à frente e conseguimos andar bem. No entanto, éramos só três, o que não nos ajudava muito porque havia zonas com bastante vento. Na 3ª volta, a chuva começa a cair com grande intensidade e a malta refreou o andamento… Depois… lá se começou a ir atrás da roda da malta que estava mais avançada (sei que é ilegal, mas segui sempre os que estavam na mesma volta que eu)… Acabei por descansar mais nesta fase… e mesmo na última volta (sem malta adiantada), optei por não puxar pelos companheiros de ocasião, que vinha pendurados nos grupos mais rápidos… e … vinham todos “de trás”. Os colegas que tinham iniciado o ciclismo comigo acabaram por perder a roda destes grupos… e ficaram para trás. A última volta foi mais lenta (não carreguei com os colegas que estavam comigo, mas também é verdade que as condições climatérias estavam terríveis… Muita chuva, pouca visibilidade, asfalto escorregadio (optei pela precaução). No meio disto, havia muita gente a passar mal (foi o caso do João Fernandes, que acabou por se atrelar ao meu grupo na fase final do ciclismo), também havia muita malta a desistir ou com quedas (foi o caso do Miguel Torres… ficou com grandes arranhões na coxa esquerda, mas espero que melhore rapidamente).

Acho que não perdi um único lugar no ciclismo (fiz uma média de 33,5Km/hora, muito superior ao que alguma vez fiz) e fiquei muito contente pelo estado em que cheguei à última corrida… Esta, acabou por ser mais relaxada que a primeira, procurei seguir confortável, e acabei por fazer um tempo ao ritmo da primeira 22:19… Nesta corrida só perdi um lugar… e nos últimos metros.

Fui 74º em 102 que chegaram ao fim. Uma NOTA para o facto de aparecer malta classificada que de certeza só fez 5 das 6 voltas previstas no ciclismo… Até há um V3 com corridas mais lentas que eu que fez um ciclismo semelhante aos que ficaram nos 10 primeiros. Mas não foi caso único, acho que houve muito mais malta a fazer apenas as 5 voltas… Estranho para um Campeonato Nacional de Duatlo (para que servem os chips?)

Uma nota para o facto de não ter sido o caso do João Fernandes (que passou mal… e teve que sofrer para chegar ao final), do Miguel Torres (que caiu) ou da Sílvia (AASM) que foi a penúltima ou de muita malta que chegou ao fim do percurso completo e lutou imenso.

Mais uma vez, o Emanuel (AASM) fez um excelente 3º lugar no AG 45-49… mas há mais malta a andar bem lá no AASM, e que começo a admirar (o Daniel é um deles).


Por fim, espectacular foi mesmo o Nuno (treinador de natação da AASM), que a cada passagem pela zona de meta não deixou de gritar um "Força Rui" (ao certo fez o mesmo com cada um dos meus colegas)... mesmo com a chuva torrêncial ouvia, ao longe, de algures abrigado por baixo de uma varanda esse incentivo. Repito: especatcular (não sei se ele lê isto, mas aqui fica o obrigado).

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Está feito o XTerra…

Foi a experiência possível, mas que me deixou bem contente… O principal objectivo foi alcançado, cheguei ao fim com 3:44:40 (tinha apontado para as 3:30), o que foi bom.

Experimentei uma das provas de triatlo com mais notoriedade a nível mundial, com um circuito europeu e mundial muito competitivo e que centra as atenções dos triatletas mais dotados para o off road (no ciclismo e na corrida). Este circuito é especialmente conhecido por ser duro, difícil em termos técnicos e que apresenta sempre tarefas super-desafiadoras para quem se presta à contenda.

Se assim era de esperar, assim foi como o vi… foi das coisas mais difíceis que já fiz até hoje… e fui sempre em gestão de esforço.

Os 1500 mts de natação foram num rio regelado, do qual estávamos protegidos com o fato isotérmico, excepto nas mãos e nos pés… De facto, aquecemos ao fim dos primeiros 300mts, mas a minha mão direita, não a consegui fechar em todo o percurso de natação… Desta vez optei por treinar a orientação dentro de água e não segui a “borbulhagem” de ninguém, logo, andei desorientado :) .

O BTT tinha de tudo, sobe e desce constante, pedra solta (a subir e a descer), paredes, lama, single track rápidos, outros muito rápidos, e outros muito técnicos… Apeei algumas vezes, ou porque foi essa a opção (e acho que fiz boas opções a esse nível) ou porque a corrente teimava em encravar quando estava na pedaleira pequena. Parei para a limpar e na segunda volta a coisa lá melhorou. Era o segmento que mais respeito me metia (sou BTTista há menos de 2 anos e pouco experiente) … e já no single final, o mais rápido, respirei fundo, procurei curtir ao máximo e … tombo, bem valente. Fui contra uma casa em ruínas que estava lá no meio e voltei para o meio do single (acho que tive bastante sorte)… ficaram como marcas escoriações junto ao joelho direito e a coxa com sangue pisado do embate no volante… 1 min. foi quanto terei demorado a perceber que estava tudo bem e voltei para a prova.

A corrida, na minha cabeça era para fazer à velocidade que me fosse possível… A intenção era levar-me até ao final. Assim foi, mas nunca pensei que me custasse tanto. Era o sobe escada, salta tronco, vai pela lama… e para acabar, 4km na praia… No meio disto tudo, o gel que tinha ingerido entre as 2 voltas de BTT andou às voltas no meu estômago e estava a ver que saltava cá para fora…

Acabei… e ainda estive ali 30 min. para me sentir capaz de fazer qualquer coisa que não continuar a caminhar par me sentir vivo. Foi uma experiência que ainda bem que tive… e vamos ver se é para repetir. Para já, vou dar prioridade à bicicleta de estrada… e quando voltar a pegar na minha de BTT, tenho a certeza que será para fazer qualquer coisa bem mais fácil do que o que fiz no passado Sábado…

NOTA FINAL 1: Fui na companhia dos meus colegas do AASM (Mário e Emanuel), com quem é fácil passarmos uma tarde de facetas sempre interessantes… O Emanuel tem um percurso de vida interessantíssimo, muito ligado ao desporto e acabou em 2º do seu Age-group (45-49), com o correspondente acesso à final em Maui (Havai)… Fiquei contentíssimo…

NOTA FINAL 2: Tive o prazer de conhecer alguns triatletas bloggers do sul: o Sica, o Sedi e o Pedro Pinheiro, cujos blogs sigo religiosamente e que também vou conhecendo do Fórum do Tri-Oeste… Para além disso voltei a conviver com o Paulo Neves (que desta vez ficou mesmo à minha frente… 4 min, mas na posição imediatamente à minha frente) e outra malta do CVP e não só.

Abraço para todos.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Como estou em dias de descanso, deu-me para a escrita…


Depois da minha passagem pela Blogosfera Corredora do Correr por Prazer, aproveito para agradecer ao Vítor a cedência de uma parte do espaço do seu site para a minha própria promoção e deste meu Doces Desportivos… Agradeço também as palavras amigas de quem por lá as deixou e, a quem não as deixou, também agradeço as que pensou.

Mas o Miguel chamou à atenção de que pode haver mais actividade cá pelo meu blog… Assim, hoje resolvi aproveitar o tempo extra que tive…

Como me têm questionado pelos meus projectos no curto prazo… e pensei que nem sequer tinha aqui apresentado o meu calendário para 2009… decidi que era um bom motivo para este post.

Assim, o meu calendário tem como bandeiras da minha preparação os triatlos Olímpicos do Campeonato Nacional (os que se vão realizar no continente): a 16 de Julho em Aveiro e a 27 de Setembro em Setúbal – optei inicialmente por investir nestas provas porque não teria muito tempo para levar a sério distâncias mais longas… Este ano estou limitado nos tempos diários para treinar e tenho procurado fazer com a grande maioria não ultrapasse a 1h ou 1:15h… No entanto, a época não poderia ficar por aqui. O ano de 2010 também terá que me proporcionar a experiência de passar pela distância longa e, havendo dois eventos aqui bem perto, lá vou eu: 24 de Abril em Lisboa (1,9X90X21) e 30 de Maio em Aveiro (1,9X90X21) – a ideia é treinar para conseguir fazer os 90 Km de bike sem que tenha que andar a grandes ritmos e depois ser ainda capaz de fazer uma meia maratona. Não vou investir muito em treinos, nem nas provas… se tiver que ir mais lento, vou… mas é para fazer tudo para chegar ao final. Tenho ainda a intenção de fazer 2 maratonas: a do Porto (7 de Novembro) e a de Lisboa (6 de Dezembro). A primeira será feita sem preparação, nas calmas e se tiver que desistir, também desisto, e a segunda já será feita com mais tempo de preparação e será “a” minha maratona de 2010.

Estes eventos são os que mais me interessam, mas também estou inscrito no XTerra, já este Sábado, 3 de Abril, evento que está enquadrado naqueles que chamo de “experiências”… vai ser duro, muito duro (natação no rio, seguido de 38Km de BTT muito técnico, em sobre e desce constante e a acabar 10 Km fora de estrada com metade em plena praia da Figueira da Foz…).

Já agora, para ficar claro, as minhas “bandeiras” (Olímpicos do Campeonato Nacional) poderiam proporcionar-me a ida à finalíssima no Estoril (10 de Outubro), mas para isso teria que melhorar substancialmente os meus desempenhos do ano passado (5 min. em cada segmento) … o que é muito difícil. Para além disso, pelo que se está a ver nas primeiras provas deste ano, poderá não ser suficiente porque há cada vez mais gente a andar muito, muito rápido… Mas vou dar o que tenho e o que não tenho.

Abraços