Eram 8h da manhã quando saí da minha residência em São Mamede de Infesta - Matosinhos - rumo à casa onde vivi a minha juventude e onde hoje habitam os meus pais, em Trancoso. Esperavam-me cerca de 200Km. Desde que me dedico ao desporto que tinha em mente a realização deste projecto. A exigência de treinos longos para o (outro) projecto do Ironman, o facto de estar a 2 meses da sua realização, já com um bom nível de treino e sem que o eventual desgaste excessivo o pusesse em causa, e o feriado de 10 de Junho, foram os condimentos perfeitos.
Na véspera abdiquei de um treino de rolos para preparar a travessia… em autonomia… autonomia mesmo. Preparei as bebidas e o gel (a ideia era aproveitar para testar a minha capacidade de passar 8 horas a ingerir só gel…). Escolhi o trajecto: Porto-Valongo-Paredes-Penafiel-Amarante-Mesão Frio-Peso da Régua-Tabuaço-Vila da Ponte-Trancoso. Sairia às 8h e chegaria às 16h, portanto, numa média de 25Km/h… Comigo levaria um telemóvel, um documento de identificação e 20€ em dinheiro, tendo feito a previsão de parar duas vezes para encher os bidões c/ água… a minha mulher também iria para Trancoso, mas por auto-estrada, pela A25 e não me poderia valer se tivesse problemas… e porque gosto mesmo de autonomia (a sério) o telefone só seria utilizado se houvesse problemas.
3 ideias gerais:
1 – Má opção de percurso… Entre o Porto e Amarante o percurso é horrível, em sobe e desce constante e por estradas cheias de buracos, carros e muita porcaria. Mas depois de atravessar Amarante foi uma viagem prazenteira, com natureza do mais belo que o país tem, e até conseguia ouvir a água a correr sempre que me aproximava de um riacho… As estradas que percorri tinham pouco trânsito e apesar de terem muita inclinação, valeu muito a pena (se voltar a fazer isto, seguirei até à Régua junto ao Rio Douro (por Entre-Os-Rios);
2 – Em nenhum momento tive dúvidas que era capaz de chegar ao fim… Em nenhum momento me senti esgotado, com pensamentos do género “porque é que me meti nisto”… e nas zonas mais planas, fui capaz de acelerar e fazer médias bem altas (superiores a 30Km/h)… Mas isto foi possível porque geri muito as fases de estrada em mau estado e as subidas para o Marão e para Tabuaço… aqui fui a um ritmo “paciente”… no final a média foi de 23,2 Km/h, sendo que a primeira metade demorei 4:30h e a segunda, menos de 4h. Cheguei em Trancoso (também a subir bem) e mais tarde o meu filho mais velho disse-me que “não parecia cansado” … e não me sentia muito cansado. Pensei várias vezes, na fase final da travessia e já depois disso se seria capaz de fazer uma maratona depois destes 200Km… o meu pensamento nunca foi “não”… Mas não sei se será a mesma coisa quando fizer 180Km em 6h (e pouco…).
3 - Por fim, nas duas paragens que fiz para encher bidons não resisti a um bolinho e um sumo… Mas acho que me aguentei bem com o regime à base de gel…
Para já, bons sinais…
Abraços.
6 comentários:
bom teste Rui
abraço
Muito bem Rui. Esse espirito é altamente. Boa onda. GRande abraço e força ai nos treinos
Viva Rui,
Já tinhas falado deste desafio e conseguiste concretizá-lo com sucesso.
O facto de o teres feito a "solo" ainda o tornou mais prazeroso utilizando as tuas palavras.~
Parabéns! 1 abraço e resto de bons treinos!
Por coincidência, ambos escolhemos este fds para um longo de 200kms. Não deixa de ser interessante. Oxalá estas nossas ideias não tragam mais divórcios. :))
Tenho em mente fazer Esposende-Bayona-Esposende...terei a tua companhia? Está lançado o desafio.
Um abraço para o "autónomo".
Olá Rui
tudo que mete longas distâncias mexe comigo, uma profunda admiração pelos que o fazem em competição pois claro mas também e em especial pelos que pelo simples e único prazer de a solo vencer um desafio também o fazem.
Força companheiro, és grande.
Abraço.
António
Que inveja :) A minha mãe mora a 25km e ainda não consegui organizar-me para ir a correr até lá!
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