domingo, 31 de maio de 2009

I Triatlo Varzim Lazer

Realizou-se hoje o I Triatlo Varzim Lazer, com a curiosidade do segmento de natação se ter realizado em piscina, num circuito de 100mts, que consistia em 3 voltas com saídas da água em cada 100mts.

Foi uma oportunidade para os atletas da região Norte poderem participar num triatlo, uma vez que a incidência de provas cá para cima parece estar em retracção…

Para mim acabou por ser uma experiência muito interessante, uma vez que iniciei esta semana um aumento de carga no treino tendo em vista a realização do Triatlo Olímpico em Aveiro (19 de Julho) e, porque as transições têm que ser treinadas, nada melhor do que um prova curta para fazer algum treino específico (transições, técnica de ciclismo, natação em grupos, etc.).

Também conheci o Miguel (Maratonista), que me foi muito agradável, sendo uma oportunidade de contactar com amigos das minhas intervenções e leituras na Internet… também foi uma experiência nova (grande abraço para ele e para os outros 2 colegas com quem conversei uns minutos no final desta prova).

A prova decorreu lentamente, com um briefing muito cuidado para que toda a gente percebesse o momento em que iniciaria a sua participação. Houve 4 vagas de atletas a saírem para o segmento de natação (4 grupos de aproximadamente 30-40 atletas).

Eu saí na 3ª vaga, entre os não federados… Saí muito forte para não apanhar “porrada”… e resultou! Ao fim de 50mts estava na bóia com pouca gente à minha frente e a sentir muita gente na minha peugada. Baixei o ritmo e encontrei-me com uma cadência que era esforçada, mas poupada também. A partir daqui perdi a noção do meu posicionamento e depois das 3 voltas à piscina estava a caminho de segmento de ciclismo com 6:03min. marcados no cronómetro…

O ciclismo foi feito a um ritmo, mais uma vez, esforçado, mas com poupanças… O principal problema foi mesmo a afinação da bicicleta, uma vez que saltavam mudanças e não consegui adequar a cadência a um bom ritmo (tive muitas oscilações… o que tenho que corrigir). Tentei seguir a roda de um companheiro, mas ele ia muito forte. Mesmo assim, este segmento foi feito quase sempre a passar outros atletas que estavam a fazer este triatlo em bicicleta de BTT, sendo que, mesmo com a minha estradista desafinada, eu era mais forte. No final deste segmento, o meu cronómetro ainda marcava os 6:03min, tendo carregado nos botões para ver se accionava o cronómetro para o segmento de atletismo… de repente apareceu um tempo de cerca de 25 min. (não liguei muito porque não estava a raciocinar bem sobre o que se estava a passar com o cronómetro) … no final percebi que esse seria o tempo (real) com que estaria a acabar o segmento de ciclismo… portanto, aproximadamente 19 min..

Depois do segmento de ciclismo, a corrida era para mim uma oportunidade para treinar esta difícil transição… E tentei seguir forte, no entanto senti o peso da transição e foi já no último quilómetro que me senti mais leve. Nos últimos 500mts senti uma ligeira dor no lado esquerdo do meu peito… (fiz exames recentemente e está tudo 100% OK, excepto umas fibroses no lado esquerdo do pulmão esquerdo… “resquícios do tempo de fumador”). Esta dor tem-me aparecido quando levo o corpo a esforços elevados, i. é, frequência cardíaca elevada, que implica grande cadência e volume de esforço pulmonar… era o sinal que estava a dar-lhe forte.


Cheguei ao fim e perguntei pelo tempo de prova, ao que me responderam “55 min.” …desde a 1ª vaga. Portanto eu saí 20 min. depois, na 3ª vaga, e estava com o tempo que está de acordo com a minha capacidade…

Fui 59º classificado, com um tempo de 35:26min.

Para ficar claro, eu acho isto da combinação de provas (por exemplo, triatlo) do mais excitante que há… e o corpo adora.

Um último cumprimento para o Miguel e colegas… um dia destes voltaremos a encontrar-nos…

segunda-feira, 25 de maio de 2009

1º Duatlo BTT de Cantanhede

Foi no último Domingo que retomei a minha senda de eventos, desta vez o Duatlo BTT de Cantanhede. Foi mais uma excelente experiência... há algo de especial na conjugação de modalidades. Neste caso retirei um gozo enorme do BTT que, pelo facto de se ter realizado num circuito de duas voltas, permitiu que metade deste segmento fosse conhecido. Sabia assim quando surgiriam os momentos de adernalina, de picos de esforço, de exigência técnica... etc. etc..

Mas este foi um evento marcado pelo facto de ainda estar a recuperar de uma constipação que me afectou na última semana. Constipação que começou por me fazer desistir da Maratona BTT de Valongo (passado Domingo) e me deixou praticamente sem treinos nesta última semana, isto 15 dias depois da Maratona Carlos Lopes (e com a semana que lhe seguiu a ser de recuperação). Não tem assim tanta importância porque o bom mesmo é o prazer de darmos o que temos... e agora há que recuperar os treinos perdidos.

A corrida foi feita uma parte em asfalto e outra em terra. Não é que tenha sido difícil, até porque terei feito os 5.150 mts em aproximadamente 21:30min.. Abrandei ao fim de 2 ou 3 Km, porque até dor de cabeça sentia, e decidi que não estava ali para sofrer, mas sim para experimentar.

No BTT não recuperei lugares, bem pelo contrário, até perdi. Excepção feita à fase final da segunda volta onde acabei por alcançar um grupo significativo de participantes (6 a 7) que ultrapassei e que acabei por suplantar (excepto 1 ou 2) no último segmento de corrida. Mas foi o BTT que me deu um gozo enorme. As zonas mais técnicas, com verdadeiros serpenteares por entre a vegetação, valas oblíquas para ultrapassar, zonas de pedra, descidas em escadaria... espectacular... (é claro que quem desenha estes percursos já sabe o gozo que vão proporcionar). Como faço BTT há tão pouco tempo, isto acaba por ser óptimo para mim, porque sinto cada gota de adernalina que o meu corpo produz.


Na última corrida, estava perro perro... mas lá fui até ao final em sensivelmente 13 min.. Também não tenho treinado a transição bicicleta-corrida... e acabei por sentir o impacto dessa falta de treino.

Acabei em 67º, com 1h39m34s.

Agora vou ter de me dedicar os próximos 2 meses aos treinos, tendo em vista o Triatlo Olímpico de Aveiro.
Neste momento é uma realização que está como imperdível no meu calendário.

sábado, 23 de maio de 2009

Procuro parceiro para o evento "Volta aos Mecos"

Interessei-me de imediato pelo evento "Volta aos Mecos"... consiste num percurso de BTT por 5 Marcos Geodésicos na região do Porto (Porto, Matosinhos, Maia, Valongo, Paredes e Penafiel ...) tendo como recurso o GPS (com tracks previamente gravados), em equipas de 2 elementos e em autonomia total. Ver aqui porque o site ainda está em construção.

Há 3 níveis para este evento (N1=90Km, N2=120Km e N3=160Km), com distâncias, altimetrias e grau de dificuldade progressivos. O meu interesse é mesmo no N3.

A minha ideia é EXPERIMENTAR.

Posso ter que desistir, ir mais lento, mas até acho que sou capaz de fazer este evento em cerca de 12 horas (talvez mais, talvez menos)... O meu princípal problema será sempre ao nível técnico, uma vez que faço BTT há pouco tempo. Já fiz maratonas de BTT e, ultimamente, no final não fico assim tão mal tratado... Tenho que treinar bem nas próximas 3 semanas porque no último mês não fiz verdadeiramente treinos de bicicleta... limitei-me,
praticamente, a passeios.

Tenho um Garmin 276C do meu Defender,
do TT ... que monto facilmente na bicicleta (serve perfeitamente para isto)...

Se tiver parceiro, só desisto de participar nisto por motivos de força maior (acho que só questões familiares).

Se houver por aí alguém com vontade de se juntar a mim, sendo que partilhei as minhas condicionantes, iniciávamos conversações...

Abraços.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Gold Marathon Carlos Lopes 2

Boas…

Cá estou no dia seguinte da minha 2ª maratona, a 5ª Gold Marathon Carlos Lopes… O que mais tenho ouvido por estes dias é que “esta maratona tem condições para ter muito mais sucesso” … de facto concordo e o que há a melhorar é muito mais simples do que possa parecer. Ponto de partida: não se pode ser indiferente aos atletas que querem preparar e participar num evento destes (apesar do Carlos Lopes – e a Rosa Mota – fazerem a parte deles ao apoiarem de forma convicta todos os participantes no decorrer do evento).
As minhas sugestões:
  1. É imprescindível que o site tenha informação actualizada e fidedigna (pelo menos desde 9 meses antes da realização do evento) uma vez que é o principal meio de acesso a esta informação, nomeadamente os eventuais participantes estrangeiros (devendo haver alguém a responder rapidamente a todos os contactos via e-mail);
  2. Provas simultâneas à maratona (idealmente uma Meia-maratona e caminhada) que mobilizem a população e a cidade para o evento;
  3. Deve ser dado o apoio básico no dia do evento, isto é:
  • (a) transportes (que inclui a coordenação entre transportes públicos e o evento ou a adaptação do evento aos horários dos transportes públicos - ver relato abaixo);
  • (b) abastecimentos (sólidos e líquidos) cada 5 Km na 1ª Meia-maratona e cada 2,5 Km na 2ª Meia-maratona;
  • (c) orientações/informações para os participantes em prova, com a marcação cuidada da quilometragem e dos locais de abastecimento/wc.

Atenção que o Carlos Lopes, a Rosa Mota a Aurora Cunha e outros/as merecem tudo, pelo que fizeram por todos nós e pelo que fazem pelos que se aventuram nesta e noutras maratonas.

Se é verdade que esta maratona poderia ter muito mais gente, também é verdade que com tão pouca gente teve características únicas. Nunca participei numa grande maratona internacional (antes desta, a minha única maratona tinha sido a 5ª Maratona do Porto, que teve cerca de 800 atletas no final, em que mais de 50% eram estrangeiros), mas já estive no meio de eventos com grandes massas de pessoas, como foi o caso da recente Meia-maratona da Ponte 25 de Abril (2009), que teve cerca de 35.000 participantes, ou da corrida do dia do pai (no Porto) com cerca de 15.000… De facto, comparando a maratona Carlos Lopes com estes eventos, mais parecíamos um grupo de amigos que se tinham juntado para fazer uma maratona, em que o percurso estava com o trânsito cortado, bem policiado e em que ainda estávamos combinados com alguns parceiros de corrida e familiares que nos foram ver/acompanhar/apoiar… Pareceu-me tanto uma maratona de um grupo de amigos, que o facto de ninguém (residentes e turistas) parecer saber da sua realização, tal foi a insignificância da divulgação, parecia deixar toda a gente surpreendida com o grupo de “maluquinhos que tinham conseguido cortar o transito para fazer uma corrida”… Ao ponto de ser fácil para nós, maratonistas, ver os olhares de surpresa-questionamento-indiferença (dos residentes) ou de surpresa-questionamento-apoio (dos turistas)… Estas circunstâncias pareceram-me ter criado condições únicas para esta maratona/experiência… A minha história de corridas é curta, mas houve algo de pouco provável que eu vivi neste evento. Conversei com muitos parceiros maratonistas, percorri zonas desertas de transeuntes e automóveis num Domingo de manhã em Lisboa, atravessei a baixa com os “tais” olhares surpreendidos e, no meio disto tudo, o maior grupo de apoiantes que encontrei foi os dos R4F (organizados no apoio aos diversos participantes) e o meu grupo de apoiantes que incluiu a minha mulher, filho, cunhada Filomena e respectivo Pedro… na meta, ainda lá estavam a prima Ana, o respectivo (outro) Pedro e a Ana Rita (filha)… apetece dizer “e esta humm!”


Mas vamos lá tentar o relato do meu ponto de vista maratonista:

Como tenho família em Lisboa, tinha combinado há muito este fim-de-semana. Na véspera dediquei-me ao convívio e à alimentação (acabei por conversar um pouco com o Pedro sobre as questões da alimentação – ele também tem a sua pancada pelo desporto – e, mesmo sendo eu iniciado, havia convergência entre as ideias dele e as minhas intenções/informações recolhidas). Antes disto tudo, pela manhã, fui levantar o dorsal onde fui informado da existência de um autocarro do Casino de Lisboa para o Casino do Estoril às 7 horas da manhã. No entanto, disse que iria de metro/comboio, tendo confirmado que poderia utilizar os transportes públicos com o dorsal...

Nesse dia deitei-me próximo da meia-noite (os mais novos da família tinham-se juntado lá em casa e houve brincadeira até mais tarde). Dormi bem e acordei por volta das 6:15h … depois de pequeno-almoço tomado, tal como estava programado, saí de casa com um t-shirt por cima da roupa de corrida (que seria para deitar fora depois do início da maratona) e um saco de plástico de tamanho gigante, com orifícios que o tornavam uma espécie de impermeável para utilizar caso chovesse nos meus percursos a pé até a corrida … também seria para me ver livre dele (nunca chegou a ser necessário). Apanhei o metro na Pontinha e tive que trocar na Baixa-Chiado. Não via ninguém com aspecto de participante numa maratona ou eventos associados (Bike tour e 5Km de corrida). No percurso até ao Cais do Sodré lá vislumbrei outros atletas. Algum receio que tinha de me ter informado pouco sobre o transporte para o Estoril estava dissipado… “Afinal estava orientado”, pensei… Chegado ao Cais do Sodré, como não era de Lisboa, optei por seguir os outros… e foi aí que estranhei os primeiros olhares de desilusão na consulta dos ecrãs que forneciam as informações sobre os comboios. Outro grupo perguntou ao segurança com respostas acompanhadas com reacções “estranhas”. Meti-me na conversa e a razão aí estava: só tínhamos comboio às 8 horas (eram 7:40) e este chegaria ao Estoril às 8:29 (o início da Maratona estava marcado para as 8:30). Colocámos a possibilidade de ir de táxi mas era incerto se o trânsito estava cortado e ninguém tinha dinheiro. O “pensamento” reconfortante foi o de que poderia haver um ligeiro atraso na partida… e tudo correria bem. O grupo que constituímos era eu, dois boxeurs (que não sei o nome) e o Rodrigo (que foi fazer os 5 Km). Conversámos um pouco e rapidamente estava na hora do comboio. Mantivemo-nos juntos e a viagem pareceu ser feita num ápice. De repente estávamos quase no Estoril e foi mesmo no comboio que fizemos os alongamentos a toda a rapidez (pensei que o pior era stressar… e tentei manter-me calmo). Chegado o comboio, ao longe avistamos o pórtico da largada e “pumm”… partida dada… subimos o Avenida Aida em passo de corrida, pelo passeio, cruzámo-nos com todos os participantes e rapidamente os assistentes da partida desmobilizavam quando a Rosa Mota nos avistou e pediu para esperarem. Assim foi, com o forte aplauso da Rosa Mota e do Carlos Lopes que iniciámos a maratona (os quatro do grupo que vínhamos juntos no comboio e um quinto elemento que vinha numa carruagem diferente da nossa). Eu, Rui Pena, fui mesmo o último a partir, cerca de 2 minutos depois de ter sido dada a partida (fiquei com a ideia que não houve leitura do chip porque a máquina estaria ligada… pelo menos o característico “piiiii” não se ouviu).

O início foi lento, muito lento mesmo, porque o importante era entrarmos na corrida. Mantive-me junto aos parceiros da viagem de comboio durante os primeiros momentos e depois aumentei um pouco o ritmo e fiquei apenas na companhia do Rodrigo até aos 5 Km – foi o meu primeiro parceiro de conversa em corrida (foi aqui que soube o nome dele – grande abraço se vieres a ler isto…). Quanto aos boxeurs, despedi-me deles dizendo que se calhar ainda me apanhavam lá mais à frente. E assim foi.Os primeiros quilómetros estavam sinalizados e fui percebendo que corria ligeiramente acima dos 5 min./Km. Era a companhia e a conversa que me arrastava para um ritmo ligeiramente lento (no meu plano teria que fazer 4:45 na primeira Meia-maratona). Procurei o meu ritmo, confortável e decidido. Não havia mais marcações da quilometragem! Estaria distraído? Olhava para trás e para a frente aos 30 min., aos 35 min. … procurava uma referência na quilometragem, mas nada. Mais um companheiro de corrida e conversa sobre tempos a que aspirávamos. Este acelerou para me alcançar… e depois outro… este segundo tinha GPS e disse estarmos com uma média por volta dos 5 min.. Eu tinha a sensação que ia mais lento que isso e tinha começado 2 minutos depois dele… Acabei por ter um acesso de lucidez e pensei que a conversa se estava a sobrepor ao ritmo e concentração que queria ter… Desejei boa prova e aumentei um pouco o ritmo… Houve um período em que conversei menos para não ficar retido. Foi passado um bocado que acabei por ficar ao ritmo de dois colegas “mais experientes”, um deles com mais de 20 maratonas e 64 anos… Falava muito… mas iam para as 3:30 – 3:40… O ritmo deles era bom para mim e deixei-me ficar com eles. À Meia-maratona tinha 1:46h, acima do que eu esperava, mas já começava a sentir que não podia aumentar o ritmo porque ainda faltava outro tanto. Aos 25 Km tinha 2:05h, mantinha-me com o mesmo grupo, agora acompanhados por dois runners que estavam a fazer a sua corridinha matinal numa parte do percurso da maratona. Pensei que o ritmo deles era mais forte do que o meu e estava a pensar deixar-me ir ao meu ritmo.

Fui religioso nos abastecimentos líquidos (todos os 5 Km, só água) e na alimentação de sólidos (barras energéticas e gel que trazia comigo, em pequenas porções antes dos líquidos). Aos 25 Km avisto o primeiro grupo de apoiantes minimamente organizados. Era a Beta (minha companheira de vida), o meu filho Xande, a Filomena e o Pedro, que passavam por uma autêntica claque … Já tinha pensado neles, mas foi muito reconfortante vê-los.



Nessa altura pensei que até ali não tinha avistado outros apoiantes que não corredores que iam felicitando e incentivando quem estava na corrida… e um ou outro olhar que aguardava o avistamento do respectivo familiar-corredor. É claro que isto assim escrito pareceu solitário, mas houve a conversa entre corredores… e o percurso… No final da prova haveria de ser questionado sobre a beleza do percurso (?), mas era das conversas, dos rostos dos parceiros, dos transeuntes, dos momentos de concentração na passada que mais me lembrava. Engraçado que agora que escrevo tenho na memória, de forma muito clara e intensa várias paisagens que fui (percebo agora) registando intensamente com o mar, as praias, os jardins e edifícios de vários e diferentes momentos do percurso …

Depois dos 25Km tive que urinar … e larguei o meu grupo. Quando retomei a corrida achei que poderia voltar a alcança-los, mas comecei a ser alcançado por atletas que anteriormente tinha ultrapassado. Continuava sem ter as referências dos quilómetros e achei que estava em quebra. Estávamos na baixa e foi aqui que vimos algum apoio dos transeuntes (mais dos turistas, é claro)… Como ainda era cedo, comecei a pensar em poupar-me. Aos 30 Km tinha aproximadamente 2:38h e achava que estava a “passar pela parede dos 30 Km”. Procurei aumentar o ritmo e seguir uns parceiros. Ainda assim fui, mas a quebra a sério ainda estava para vir, por volta das 3 horas de corrida e não consegui recuperar mais. Havia uma bolha no pé direito que me incomodava. Antes da prova cheguei a pensar que poderia fazer 3:30, na Meia-maratona duvidei muito disso, agora sabia que não chegaria lá, mas também nunca foi algo que perturbasse as minhas passadas. O objectivo era chegar ao fim e, mesmo sem saber por quanto, ao certo faria melhor que da minha primeira vez… Não fazia contas, nem tinha cabeça para isso… Lá revi colegas com quem antes tinha conversado e que agora passavam por mim… voltavam os cumprimentos e os desejos de “boa prova”…

Tinha comigo uns comprimidos de açúcar que comecei a tomar nesta altura, por volta dos 35 Km (imaginava eu, porque nem a sinalização aparecia, nem o tempo, agora, me dava boas orientações). De repente, com meio comprimido de açúcar na boca, seca, seca, seca, vejo escrito no chão a spray branco “35 Km” e, logo a seguir, “ABST” … O meu pensamento foi que estavam a falhar os abastecimento dos 35 Km, “logo o dos 35 Km”… e eu com meio comprimido de açúcar na boca a sugar-me a saliva até às entranhas! Olhei para o fundo daquela longa recta para ver se avistava o abastecimento (outras vezes tinha acontecido ver a referência a spray no chão e este estar 100-200 metros mais à frente)… mas nada. Olhei para trás para ter a certeza de que não o tinha passado. Ainda por cima estava praticamente sozinho, sem ninguém atrás ou à frente. Deitei fora o resto do comprimido e roguei umas pragas… Esqueci… Segui caminho, como podia e com a firmeza que podia… Pouco depois, meio escondido numa curva, lá estava o abastecimento. Como ia lento… e havia “um abastecimento só para mim”, pedi “duas águas… uma com tampa por favor”… parecia que estava no café. Recebi as águas, agradeci, não me pediram nada em troca, bebi a primeira, guardei a segunda e segui a minha odisseia… Aproximava-me do Parque das Nações onde sabia que estaria novamente a minha família … só pensava nisso, não havia tempo, dores, bolhas na minha cabeça… era uma grande alegria poder voltar a vê-los agora que os momentos eram tão difíceis. Lá estavam, agora com a companhia da Ana, do (outro) Pedro e da pequena Ana Rita… De tão contente que estava nem me apercebi que estava num empedrado, terrível, que iria durar mais 4 Km. De facto nem sabia que eram mais 4 quilómetros. Tinha 3:22 horas de corrida e o meu pensamento era que teria que seguir até ao fundo e voltar… depois já estava. Do lado contrário procurava os meus conhecidos (companheiros das conversas iniciais que me tinham ultrapassado) … ao cruzar-me com eles lá me foram dizendo que tinha uma “rotunda mais à frente… e com abastecimento” e que “estava quase”. Lá fiz a rotunda e pouco depois avistava o pórtico da meta… Houve um novo ânimo, voltei a ver a marcação da quilometragem no chão (41 Km), não me recordo do tempo que levava, mas pensei que faria abaixo das 3:50… Segui firme porque sabia que teria a minha família à espera, ali na primeira linha do público, em posição absolutamente privilegiada para me verem e para eu sentir o seu animo, acabei a olhar para eles, feliz…


domingo, 10 de maio de 2009

Gold Marathon Carlos Lopes - 3:49:21

Já está feita a minha segunda maratona...

Fui a Lisboa na expectativa de fazer um pouco melhor, mas o objectivo principal foi alcançado: acabei. É certo que melhorei a minha marca da Maratona do Porto 2008 (1ª maratona que realizei), mas não era só esse o meu plano. Serve para uma grande experiência, em que a alimentação não é a desculpa (planeei e executei o que estava previsto). Há outras desculpas, mas importa assinalar o progresso e o meu bem sucedido regresso à pratica desportiva, praticamente há um ano atrás. Duas maratonas, esta abaixo das 3:50h.

Depois conto mais pormenores...

domingo, 3 de maio de 2009

7º Circuito de Arouca - Senhora da Mó


Já está cumprido o primeiro objectivo do ano de 2009. De facto era simples porque se tratava de uma realização... era só fazer a prova.
Como faltam oito dias para a Maratona Carlos Lopes, este evento levantou-me algumas questões: seria demasiado duro? Seria o terreno propenso a lesões? Teria tempo para recuperar?... Acabei por ter os meus cuidados: hidratei-me bem antes e durante a prova, fui com tempo para ir levantar o dorsal, olhar à volta, aquecer, alongar, ...alongar..., relaxadamente. Na partida coloquei-me na parte de trás do pelotão e fiz a minha largada com calma e sem esforços excessivos.
Mas, esta postura relaxada na partida, era geral... Fiquei com a impressão que esta é uma diferença para as provas de estrada: não há empurrões e o posicionamento na partida não é assim tão relevante. Depois de dada a partida e houve gente que concluiu a conversa que estava a ter com o colega do lado... pouco depois havia gente a correr virado para trás à procura de parceiros… tudo relaxado! Como para mim isto era desconhecido achei que estava tudo a poupar as forças… e era mesmo. Teria eu que fazer o mesmo e foquei-me num ritmo seguro e confortável. Nas primeiras rampas fora de estrada, os primeiros atletas começaram a andar. Eu, reduzi o ritmo mas não cheguei a caminhar... Lá fui! Subimos, subimos e achava que tinha que manter o passo de corrida... "Afinal era um treino", pensei, antes da semana de preparação psicológica para a maratona e era importante fazer este pequeno esforço final. Pouco depois iniciámos uma descida, que seria longa, e nos levaria ao ponto mais baixo da prova (290 mts) e sem mal dar para pensar bem, voltamos a subir, agora íamos na direcção dos 702 mts. Foi a fase mais dura do Circuito da Senhora da Mó… muito dura. Esforcei-me por manter o passo de corrida, mesmo quando as picadas eram verdadeiras paredes...

Só uma nota: porque comecei por fazer este tipo de picadas no meu Land Rover Defender, sem imaginar que as faria de BTT, mas assim foi. Fi-las de BTT sem me passar pela cabeça que as faria a correr. Foi hoje. O que virá agora?

Voltando à corrida... Nestas picadas fazia-se o que se podia e a grande maioria caminhava. Eu corria, mas pouco mais rapido conseguia progredir que aqueles que faziam a andar. Por breves momentos cedi e acabei por andar, mas logo retomei o meu ritmo em corrida. O avistar da capela da Senhora da Mó, deu a todo o pelotão uma referência e o sempre motivante pensamento: "é já ali". Mas não era… e o esforço continuou até à última rampa.
Os abastecimentos de água pareciam aparecer no momento certo e mais um lá estava junto à capela. Logo de seguida, a picada era a descer. Procurei arranjar um ritmo que não pusesse em risco a minha integridade física, nomeadamente a das articulações e tendões dos pés. Rapidamente percebi que o esforço poderia ser grande se tentava travar, assim como o risco. Acabei por enconstrar um “bom ritmo” que me aproximou de outros atletas que seguiam à minha frente. Nesta altura convém referir que as passagens/cruzamento com as estradas asfaltadas estavam sempre bem controladas por dois ou três elementos da organização e um agente da GNR.
A aproximação a Arouca era prazenteira. Estava a chegar ao fim. Num repente, já estavamos na zona de asfalto que nos leva ao empedrado da Avenida 25 de Abril. Um último esforço e aí está mais um belo prazer com que me deparo... a corrida de montanhã. Parece-me que vou ficar fã.

Os 12.470 mts foram percorridos em 01:21:16 ... tendo ficado no 96º lugar (dos 158 que chegaram ao final).

Um grande bem haja a quem organiza estas coisas...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Corrida 1º de Maio

Cá vou andando a coleccionar corridas e a trabalhar para os objectivos de 2009. Foi com o intuito da colecção de corridas que me inscrevi na Corrida da CGTP-in deste nosso 1º de Maio.

Saí de casa sem saber a que horas seria a corrida e qual a distância a percorrer. Também nem sabia muito bem se iria fazer a corrida com força ou em ritmo de passeio. Acabou por andar no meio, deixei-me levar, mas o corpo , mais uma vez, quando tenho estes pensamentos, parecia corresponder às indecisões e indefinições da psique... No meio disto, como desconhecia o percurso (ouvi dizer que teria 8Km), foi com a prova a decorrer que percebi que era muito semelhante à São Silvestre do Porto, apenas ligeiramente mais curta. Acabou por me trazer a memória dessa prova tão prazenteira. No final, o meu cronómetro marcava 40:06 e fiquei um pouco desiludido com o tempo, mesmo tendo-me sentido mais fraco do que o habitual. Não é tempo que acho que devo fazer em 8Km... Cheguei a casa e lá medi no MapSource o percurso... 9km, o que mais se coadunava com o tempo feito/dureza do percurso.

Depois de amanhã vou alcançar o 1º objectivo do ano: experimentar uma Corrida de Montanha. É a subida à Sra. da Mó (Arouca)... Vou ter que o fazer em ritmo de treino porque estou a 8 dias da Maratona Carlos Lopes... já não me sai da cabeça...